domingo, 20 de novembro de 2011

Enfermagem - Evolução Histórica


Enfermagem - Evolução Histórica



Neste  texto , pincela-se n, os traços que consideramos oportunos para a compreensão da evolução histórica da Enfermagem. 








A profissão surgiu do desenvolvimento e evolução das práticas de saúde no decorrer dos períodos históricos. As práticas de saúde instintivas foram as primeiras formas de prestação de assistência.


Num primeiro estágio da civilização, estas ações garantiam ao homem a manutenção da sua sobrevivência, estando na sua origem, associadas ao trabalho feminino, caracterizado pela prática do cuidar nos grupos nómadas primitivos, tendo como base as concepções evolucionistas e teológicas. Mas, como o domínio dos meios de cura passaram a significar poder, o homem, aliando este conhecimento ao misticismo, fortaleceu tal poder e apoderou-se dele.


Quanto à Enfermagem, as únicas referências à época em questão estão relacionadas com a prática domiciliar de partos e a actuação pouco clara de mulheres de classe social elevada que dividiam as atividades dos templos com os sacerdotes.


As práticas de saúde mágico-sacerdotais, abordavam a relação mística entre as práticas religiosas e de saúde primitivas, desenvolvidas pelos sacerdotes nos templos. Este período corresponde à fase de Empirismo, verificada antes do surgimento da especulação filosófica que ocorre por volta do século V a.c.


Essas ações permanecem por muitos séculos desenvolvidas nos templos que, a princípio, foram simultâneamente santuários e escolas, onde os conceitos primitivos de saúde eram ensinados.


Posteriormente, desenvolveram-se escolas específicas para o ensino da arte de curar no sul da Itália e na Sicília, propagando-se pelos grandes centros do comércio, nas ilhas e cidades da costa. Naquelas escolas pré-hipocráticas, eram variadas as concepções acerca do funcionamento do corpo humano, os seus distúrbios e doenças, concepções essas, que, por muito tempo, marcaram a fase empírica da evolução dos conhecimentos em saúde.


O ensino era vinculado à orientação da filosofia e das artes e os estudantes viviam em estreita ligação com seus mestres, formando as famílias, as quais serviam de referência para mais tarde se organizarem em castas. As práticas de saúde no alvorecer da ciência relacionam a evolução das práticas de saúde, ao surgimento da filosofia e ao progresso da ciência, quando estas então se baseavam nas relações de causa e efeito.


Inicia-se no século V a.c., estendendo-se até os primeiros séculos da Era Cristã. A prática de saúde, antes mística e sacerdotal, passa agora a ser um produto desta nova fase, baseando-se essencialmente na experiência, no conhecimento da natureza, no raciocínio lógico - que desencadeia uma relação de causa e efeito para as doenças - e na especulação filosófica, baseada na investigação livre e na observação dos fenómenos, limitada, entretanto, pela ausência quase total de conhecimentos anatomo-fisiológicos.


Essa prática individualista volta-se para o homem e as suas relações com a natureza e suas leis imutáveis. Este período é considerado pela medicina grega como período hipocrático, destacando a figura de Hipócrates que como pode ler no artigo "Os Cuidados de Saúde na História", propôs uma nova concepção em saúde, dissociando a arte de curar dos preceitos místicos e sacerdotais, através da utilização do método indutivo, da inspecção e da observação.


Não há caracterização nítida da prática de Enfermagem nesta época. As práticas de saúde monástico-medievais focalizavam a influência dos fatores sócio-económicos e políticos mediavais e da sociedade feudal nas práticas de saúde e as relações destas com o cristianismo. Esta época corresponde ao aparecimento da Enfermagem como prática leiga, desenvolvida por religiosos e abrange o período medieval compreendido entre os séculos V e XIII.


Foi um período que deixou como legado uma série de valores que, com o passar dos tempos, foram aos poucos legitimados a aceites pela sociedade como características inerentes à Enfermagem. A abnegação, o espírito de serviço, a obediência e outros atributos que dão à Enfermagem, não uma conotação de prática profissional, mas de sacerdócio.


As práticas de saúde pós monásticas evidenciam a evolução das ações de saúde e, em especial, do exercício da Enfermagem no contexto dos movimentos Renascentistas e da Reforma Protestante. Corresponde ao período que vai do final do século XIII ao início do século XVI. A retomada da ciência, o progresso social e intelectual da Renancença e a evolução das universidades não constituíram factor de crescimento para a Enfermagem.


Enclausurada nos hospitais religiosos, permaneceu empírica e desarticulada durante muito tempo, vindo desagregar-se ainda mais a partir dos movimentos de Reforma Religiosa e das conturbações da Santa Inquisição. O hospital, já negligenciado, passa a ser um insalubre depósito de doentes, onde homens, mulheres e crianças utilizam as mesmas dependências, amontoados em quartos colectivos. Sob exploração deliberada, considerada um serviço doméstico, pela queda dos padrões morais que a sustentava, a prática de Enfermagem tornou-se indigna e sem atrativos para as mulheres de casta social elevada. Esta fase tempestuosa, que significou uma grave crise para a Enfermagem, permaneceu por muito tempo e apenas no limiar da revolução capitalista é que alguns movimentos reformadores, que partiram, principalmente, de iniciativas religiosas e sociais, tentam melhorar as condições do pessoal a serviço dos hospitais.


As práticas de saúde no mundo moderno analisam as ações de saúde e , em especial, as de Enfermagem, sob a ótica do sistema político-económico da sociedade capitalista. Ressaltam o surgimento da Enfermagem como atividade profissional institucionalizada. Esta análise inicia-se com a Revolução Industrial no século XVI e culmina com o surgimento da Enfermagem moderna na Inglaterra, no século XIX.


Desde então com o evoluir das Ciências e com todas as revoluções políticas que têm vindo a acontecer no mundo , a Enfermagem foi a profissão com maior e mais rápido desenvolvimento nos últimos 20 anos, adquirindo autonomia no ensino, enquadramento no ensino superior com atribuição de grau de Licenciatura e com Exercício de funções orientado e controlado por uma entidade própria - A Enfermagem é na atualidade encarada como uma mais valia na melhoria ds cuidados de saúde e da política e ecónomia de saúde, com participação ativa na Investigação e com estudos visando Mestrados e Doutoramentos em Ciências de Enfermagem. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário